CANTOR LUIZ PAULO: Pastor é preso por defender a liberdade religiosa na China

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Pastor é preso por defender a liberdade religiosa na China

Um conhecido pastor foi preso na China e proibido de entrar em contato com sua família. Esse é mais um capítulo na história recente de repressão contra o cristianismo no país comunista.

Segundo o relatório do jornal inglês The Guardian, Hu Shigen, 60 anos, líder de uma rede de igrejas subterrâneas, foi condenado esta semana por “subversão”.
Além de perder seus direitos políticos por cinco anos, passará sete anos e seis meses na prisão.
Ele já tem um histórico de prisões, tendo passado 16 anos encarcerado, acusado de “crimes políticos”. No entanto, os advogados de Hu afirmam que seu “crime” foi defender uma maior liberdade de expressão e pedir a liberdade religiosa no país.
Sua igreja não era monitorada pelo Partido Comunista e, por isso, considerada “ilegal”. Estranhamente, a maior parte da imprensa que noticiou o ocorrido chama Shigen de “ativista” e omite o fato de ele ser pastor.
Está em curso na China uma onda de repressão sem precedentes, que inclui a prisão de advogados que defendem os direitos humanos, acusados de conspirar para derrubar o Partido Comunista Chinês.
Esta semana, a mídia estatal relatou que o ativista de direitos humanos Zhai Yamin havia confessado sua tentativa de subversão e teve sua pena de três anos de prisão suspensa. O conhecido advogado Wang Yu foi libertado depois de aparecer em uma filmagem culpando “forças estrangeiras” de tê-lo influenciado.
Jerome Cohen, especialista em direito chinês na Universidade de Nova York, explica que a prática de usar esse tipo de confissão é a repetição das técnicas de ‘lavagem cerebral’ popularizadas na China nos anos 1950.

Comunistas querem o fim da igreja

O discurso de que o cristianismo é subversivo, isto é, que tenta tirar do poder os governantes é uma antiga tática de países comunistas, onde o ateísmo é imposto. Era usado na antiga União Soviética, depois da revolução bolchevique, e continua sendo justificativa para prisões e até execuções na Coreia do Norte.
Durante décadas isso não era visto de forma tão intensa na China, que é governada pelo Partido Comunista desde 1949. Na década de 1970, Pequim anunciou que desistiria de tentar erradicar a religião organizada. Mas desde que Xi Jinping passou a ser presidente, tem defendido que “todos os esforços devem ser feitos para incorporar religiões à sociedade socialista”.
Ano passado, ele anunciou que seu Partido, o único do país, irá restringir a participação de pessoas “viciadas em religião”, numa alusão específica aos cristãos.
Sob sua orientação, centenas de igrejas domésticas foram fechadas, seus líderes interrogados e ameaçados, além da retirada à força de cruzes de mais de 1.800 igrejas. A perseguição contra os cristãos na China cresceu 700% na última década.
A ChinaAid, missão evangélica que acompanhar a luta pela liberdade religiosa no país mais populoso do mundo, acredita que apesar do agravamento da situação, há esperança. “Vemos com grande esperança o rápido crescimento do movimento de igrejas subterrâneas em toda a China e acreditamos firmemente que o amor e a justiça de Deus acabarão por encher a vasta extensão desta nação”.
Oficialmente, existem hoje cerca de 100 milhões de cristãos no país mais populoso do mundo. Estudiosos acreditam que o número pode ser 3 vezes maior. Ao mesmo tempo, os membros do Partido Comunista Chinês totalizam 86,7 milhões, sendo que a maioria é comunista só de nome.Com informações Gospel Herald e The Guardian

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