Os ataques a cristãos na Nigéria, norte da África atingiu números assustadores. No primeiro semestre de 2016 o assassinato de cristãos por muçulmanos radicais é quase igual ao total de 2015. Pelos registros da Associação Cristã de Nigerianos-Americanos (CANAN, na sigla original), pelo menos 384 pessoas foram mortas somente por causa da sua fé, após ataques realizados por grupos como Boko Haram e mais recentemente pela etnia Fulani, que professa o islamismo.
O pastor Ade Oyesile, presidente da CANAN denuncia que o número de cristãos mortos este ano está perto de se confirmar como um triste recorde na história do país. Ele pediu ao governo nigeriano que tome providências para acabar com o massacre religioso.
“Todos nós devemos trabalhar duro para evitar esses assassinatos sectários que, aos nossos olhos, demonstram como o país falhou. Essa não deveria ser a nossa porção em nome de Jesus Cristo. Estes assassinatos covardes de cristãos no país devem parar agora”, disse ele em comunicado.
Para Oyesile, os cristãos são alvos fáceis, pois pregam a paz em vez de retaliação, não respondendo da mesma maneira. Em entrevista ao The Christian Post, afirmou que somente o arrependimento e o temor de Deus podem vencer a guerra contra o Islã radical.
“Boko Haram, Estado Islâmico, Al-Shabab são maus… e continuarão a se espalhar. Nós, cristãos, podemos ajudar… com as nossas fervorosas orações, pedindo a Deus sem cessar”, enfatizou, pedindo ainda que os líderes mundiais se unissem para que impedir que isso continue.
Ataques não são guerra étnica
Esses criadores de gado geralmente são nômades e no início do ano mataram mais de 500 moradores, a maioria cristãos. Isso forçou cerca de 20 mil pessoas a fugirem da área. O ocorrido foi considerado um dos piores ataques feitos pelo grupo desde 2010.
A Associação Cristã da Nigéria vem denunciando que embora a mídia tenha divulgado como “guerra étnica”, os conflitos não resultam de disputas econômicas, mas envolvem essencialmente questões religiosas, uma vez que os fulani são extremistas islâmicos.
O líder cristão Agostine Akpen denunciou à Missão Portas Abertas que existe uma grande possibilidade de escassez de alimentos, pois as invasões dos fulani arrasaram todos os tipos de produção agrícola, incluindo feijão, mandioca, arroz, milho, soja e amendoim. Os agricultores de vários estados da Nigéria, principalmente Benue, Taraba, Plateau, Kaduna, Nasarawa e Níger estão temerosos, pois sabem que se voltarem para suas fazendas serão mortos.
“Sabemos que se trata de mais uma jihad… Eles transportam armas sofisticadas e utilizam até armas químicas para destruir nossas comunidades. A guerra acontece normalmente à noite, quando todas as pessoas estão dormindo. A população está fugindo, as igrejas estão ficando vazias. Onde havia cerca de 2 mil membros, hoje há apenas 50. Nada está sendo poupado, nem mesmo as escolas ou centros de assistência social”, desabafou.
O fato é que a imposição da lei islâmica sharia no país tem motivado ataques religiosos em toda a Nigéria, se expandindo a partir do Norte do país, onde o Boko Haram lutava pela independência, declarando-se uma extensão do califado. Com informações World Watch Monitor
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