Pastor Juan Carlos Nuñez foi condenado por um tribunal civil na cidade de Las Tunas, em
Cuba, no dia 22 de outubro, segundo relatórios da agência 'Morning Star News'. O pastor Nuñez a igreja doméstica 'Casa Apostólica do Rei da Glória', onde congregam, cerca de 550 fiéis.
Nuñez foi condenado sob as leis de proteção ambiental de Cuba, por "perturbar a paz", mas uma fonte próxima ao pastor disse que a sentença saiu demasiadamente apressada, sem dar a Nuñez qualquer chance de elaborar sua defesa.
"O advogado não teve tempo para se preparar, porque era o julgamento foi imediato, sem qualquer dar chance de defesa ao pastor", disse a fonte. "Não houve nenhum aviso prévio".
A acusação contra Nuñez veio de queixas feitas por vizinhos do pastor, que diziam que o sistema de som de sua igreja era muito alto alto. Nuñez diz que ele atendeu a seus vizinhos e substituiu os alto-falantes da igreja por caixas menos potentes. Sua congregação se reúne no pátio de um complexo de apartamentos em Las Tunas, para o qual Nuñez diz que a amplificação mínima não é suficiente.
"Atendemos aos pedidos dos vizinhos, mas o caso ainda foi para o tribunal", disse ele.
As autoridades cubanas implantaram um grupo de soldados de alta patente do exército ["boinas pretas"] no tribunal no dia do julgamento de Nuñez. Observadores locais disseram que tal força pesada foi um exagero, já que o tribunal só julga casos de civis que cometeram alguma contravenção, não de criminosos.
Nuñez disse: "Esta foi uma forma de intimidação, uma demonstração de poder... Você vê, eles temiam que houvesse protestos, porque sabem que o que eles estão fazendo é injusto".
O pastor espera ser penalizado com o que acredita ser uma sentença excessivamente severa.
"Nossa missão é pregar o evangelho do Senhor Jesus Cristo e estamos sofrendo por causa disso", disse ele. "Fomos tratados como criminosos e inimigos do governo. Somos filhos de Deus injustamente acusados e condenados".
Nuñez acrescentou que as autoridades poderiam "evitar todo este problema, se permitissem que a igreja tivesse o próprio ponto de encontro", dizendo que o governo se recusou a conceder à sua igreja uma licença de construção.
O Relatório Internacional de Liberdade Religiosa 2015, elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA afirma que as restrições estabelecidas pelo Departamento de Assuntos Religiosos de Cuba (ORA) força muitos pastores a usarem as suas residências particulares para realizar cultos. O relatório sugere que o número de igrejas domésticas pode ser de 2.000 a 10.000.
Muitos vêem as restrições do governo como parte de uma repressão sobre a liberdade religiosa. Entre janeiro e julho de 2016, a organização 'Christian Solidarity Worldwide' (CSW) registrou 1.606 violações da liberdade religiosa. Estes incluíram a demolição e o confisco de igrejas, a destruição de propriedades das igrejas e a detenção arbitrária de pastores e membros das comunidades cristãs.
A CSW acusou o governo de atacar propriedades da igreja "para acirrar o controle sobre as atividades e a composição dos grupos religiosos e, assim, eliminar o potencial de qualquer agitação social". O relatório do Departamento de Estado dos EUA 2016 sobre a liberdade religiosa afirmou que o governo cubano "monitorou grupos religiosos" e "continuou a controlar a maioria dos aspectos da vida religiosa" no país.
Fonte: Guiame
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